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Faltam poucos dias para a 46ª edição do Rally Dakar 2024, que larga
na próxima sexta-feira (05), com uma disputa para definir posições de
largada, e terminará quinze dias depois, em 19 de janeiro. Cercado de
mitos, heroísmo e tragédias, o Dakar permanece no imaginário popular
como o grande teste de pilotos e máquinas dispostos a enfrentar uma
rotina de riscos elevados e imprevisibilidade. É também uma das poucas
competições mundiais que falta ao panteão de vitórias do Brasil neste
esporte.
O país estreou no Dakar em 1988, quando Klever Kolberg e
André Azevedo resolveram disputar a corrida, mesmo sem recursos, como
pneus reservas para suas motos Yamaha. O Brasil já conquistou títulos em
categorias intermediárias da prova, o que não é pouco, mas nunca venceu
na classificação geral na categoria principal, dos carros. O primeiro
título veio com Kolberg, campeão da categoria Motos Maratona em 1993. O
país chegou perto do título geral pela primeira vez em 2023, com Lucas
Moraes, que surpreendeu o mundo do off-road ao chegar ao pódio já em sua
estreia. Em 2024, no entanto, o time brasileiro chega com a melhor
perspectiva da história de sua participação no Dakar – em uma edição que
reunirá quase 800 competidores de 72 nacionalidades.
Realizado
desde 2020 na Arábia Saudita, o Dakar cruzará de desertos inóspitos a
pântanos. Mas as “estrelas” serão novamente as dunas do “Empty Quarter”,
verdadeiras montanhas de até 300 metros de altura que dominam grandes
trechos deste deserto, cujo sugestivo nome pode ser traduzido como
“Território Abandonado”. A distância total da prova é de 7.891 km, sendo
4,727 km de “especiais” – trechos cronometrados e válidos para definir o
resultado da competição. Ao todo, serão 12 especiais. Uma delas,
chamada “maratona”, contará 48 horas de duração, com os competidores
tendo duas horas para reparo dos veículos.
Com 778 inscritos, o Dakar 2024 será dividido em oito categorias principais: Motos, Quadriciclos, Carros, Challenger (UTVs protótipos, do tipo T3), SSV (UTVs de produção preparados, tipo T4), Caminhões, M1000 (protótipos) e Clássicos (veículos de época que já competiram na prova). O maior rally do mundo acontece sob regulamento do W2RC, o Campeonato Mundial de Rally Raid, que é organizado pela FIA e cujas provas são similares ao brasileiro Rally dos Sertões.
Uma “Seleção Brasileira* do off-road – Entre as principais novidades estão a ascensão de Lucas Moraes para o time A da atual campeã, a Toyota Gazoo Racing, colocando-se definitivamente entre os favoritos para as primeiras posições. Moraes, cujo carro tem patrocínio da também SpeedMax, disputará a categoria mais veloz do Dakar, a T1+, na qual terá a companhia das experientes duplas brasileiras Marcos Baumgart/Kléber Cincea e Cristian Baumgart/Beco Andreotti, que retornam ao Dakar. Também com títulos do Sertões, que é referência no esporte, eles dessa vez estarão a bordo do competitivo modelo Prodrive Hunter, vencedor de nove das 14 especiais do Dakar 2023.
Também é destaque a estreia do campeão sul-americano de rally raid e bicampeão do Sertões Rodrigo Varela, filho do tricampeão mundial e campeão do Dakar na categoria UTV (2018), Reinaldo Varela. Competindo na categoria dos UTVs de fábrica preparados (T4), Rodrigo contará com a navegação de Ênio Bozzano, que também detém um título no Sertões e vem investindo em uma carreira internacional.
O atual campeão da Copa do Mundo FIA de Rally Raid, Cristiano Batista, é uma das forças na categoria T4, em parceria com o navegador espanhol Fausto Mota. Campeã do Rally dos Sertões 2023 na categoria Carros, a dupla Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs retorna ao Dakar para competir entre os UTVs fabricados especificamente para corridas (protótipos) da T3.
Já o navegador catarinense Gustavo Gugelmin reeditará a bem-sucedida parceria com o piloto norte-americano Austin Jones, com o qual faturou os títulos nas divisões T4 (2022) e T3 (2023) do Dakar. Um nome que merece atenção é o de Marcelo Medeiros, muito competitivo no Dakar 2023 na categoria Quadriciclos e cotado como um dos favoritos para 2024. Completando a lista de nomes fortes, o navegador Lourival Roldan (campeão do Dakar 2017 na categoria UTV) terá como parceiro o piloto paraguaio Oscar Peralta.
46ª Edição do Rally Dakar
7.891 km de percurso total. Especiais somam 4,727 km
(Data / locais / total do dia / especial)
05/01, Prólogo – Al Ula – 28 km
06/01, Etapa 01 – Al Ula –> Al Henakiyah – 405 km
07/01, Etapa 02 – Al Henakiyah –> Al Duwadimi – 431 km
08/01, Etapa 03 – Al Duwadimi –> Al Salamiya –447 km
09/01, Etapa 04 – Al Salamiya –> Al-Hofuf – 425 km
10/01, Etapa 05 – Al Hofuf –> Shubaytah – 375 km
11-12/01, Etapa 06 – Shubaytah –> Shubaytah (48 horas) – 466 km
13/01 – Descanso
14/01, Etapa 07 – Riyadh –> Al Dawadimi – 473 km
15/01, Etapa 08 – Al Dawadimi –> Hail – 407 km
16/01, Etapa 09 – Hail –> Al Ula – 439 km
17/01, Etapa 10 – Al Ula –> Al Ula – 114 km
18/01, Etapa 11 –Al Ula –> Yanbu – 275 km
19/01, Etapa 12 – Yanbu –> Yanbu – 185 km
Competidores
778 inscritos
72 nacionalidades
Veículos e Categorias
Carros: 72 (5)*
Motos: 148
Quadriciclos: 10 (1)
Protótipos Leves: 66
UTVs (Challengers, T3): 42 (6)
UTVs (de produção, T4): 36 (5)
Caminhões: 46
Clássicos: 14
Total: 434 veículos
*Nota: entre parêntesis, quantidade de competidores brasileiros, que totalizam 17, a maior delegação brasileira no Rally Dakar
Brasileiros no Dakar 2023
Piloto / Navegador / Veículo
CATEGORIA CARROS T1+
Lucas Moraes (Brasil) / Armand Monleon (Espanha), GR Hilux DKR T1+
Marcos Baumgart (Brasil) / Kléber Cincea (Brasil), Prodrive Hunter T1+
Cristian Baumgart (Brasil) / Beco Andreotti (Brasil), Prodrive Hunter T1+
QUADRICICLO
Marcelo Medeiros (Brasil), Yamaha YFM 700 Raptor
UTV – PROTÓTIPO (T3)
Austin Jones (EUA) / Gustavo Gugelmin (Brasil), Can-Am Maverick XRS
Marcelo Gastaldi (Brasil) / Carlos Sachs (Brasil), UTV MCE-5
Gunter Hinkelmann (Brasil) / Fabrício Bianchini (Brasil), UTV MCE-5
Oscar Peralta (Paraguai) / Lourival Roldan (Brasil), Can-Am Maverick T3
UTVs DE PRODUÇÃO
Rodrigo Varela (Brasil) / Enio Bozzano (Brasil), Can-Am Maverick XRS
Jorge Wagenfuhr (Brasil) / Humberto Ribeiro (Brasil), Polaris RZR PRO R
Cristiano Batista (Brasil) / Fausto Mota (Espanha), Can-Am Maverick XRS
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