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O Conselho Mundial da FIA, a Federação Internacional de Automobilismo, divulgou recentemente, em agosto, uma nova e antecipada série de regulamentos técnicos, esportivos e financeiros que nortearão o desenvolvimento de carros e a participação de novas equipes nas futuras temporadas da Fórmula 1 (F1), a maior e mais cara competição de velocidade do mundo.
“A parte principal e mais aguardada do anúncio da FIA engloba o novo regulamento para as unidades de potência -- Power Units (PUs) - na F1 a partir de 2026. O novo motor a combustão deixa de ter o
MGU-H (Motor Generator Unit -- Heat), um motor elétrico que
alimenta o turbocompressor por meio da energia dos gases de escape. Esse
motor elétrico auxilia nas acelerações, tendo efeito muito importante
nas saídas das curvas”, conta o
professor Rafael Serralvo Neto, docente de Engenharia Mecânica da FEI e scrutineer da FIA para a F1 no Brasil desde 2009.
Segundo
o docente FEIano, a decisão em retirar o MGU-H também cria a
oportunidade para que novas equipes possam competir na F1. “Como já era
previsto, a Audi anunciou a sua entrada na categoria a partir de
2026, justamente após o anúncio da reformulação das unidades de
potência. Além disso, com essa decisão, voltaremos a ter o efeito ‘turbo lag’ que é justamente o atraso na resposta do motor nas saídas de curva. Isso vai exigir
habilidade extra dos pilotos, trazendo maior emoção para o público”, explica o professor.
Ainda de acordo com o comunicado da FIA, e no sentido de uma maior responsabilidade ambiental visada pela instituição, a contribuição elétrica nos motores dos carros da F1 também será maior em 2026, explica o docente de Engenharia Elétrica da FEI Fabio Delatore, que também é scrutineer e integrante do membro técnico da FIA para F1.
“Com o objetivo de avançar na criação de um ambiente carbono zero e ao mesmo tempo promover a inovação característica da categoria até 2030, além da utilização obrigatória de um combustível sintético 100% verde, o encargo de energia elétrica nos motores vai ser 50% maior. Os motores V6 a combustão de alta potência, combinados com os motores elétricos, podem ultrapassar os 1.000 cavalos de potência, com um consumo de combustível menor que os veículos atuais”, afirma o professor Delatore, que destaca que o prazo de implementação para novas tecnologias nas unidades de potência da F1, em 2026, é viável diante dos recentes avanços tecnológicas de baterias elétricas e quebras recorrentes de recordes de veículos elétricos de alto desempenho, como a do Porsche Tycan Turbo no circuito de Nürburgring, na Alemanha.
Aumento de segurança e redução do porpoising
Da
perspectiva de escrutinadores da FIA, porém, ambos os professores
FEIanos concordam que, de imediato, o desafio principal das equipes
atuais da F1 será atender às mudanças anunciadas em conjunto para o
regulamento técnico de 2022/2023. “Já no Gran Prix da Bélgica, no dia 28
de agosto, a meta foi aumentar a segurança e mitigar o efeito de porpoising, que sãos oscilações verticais ou pequenas quicadas dos veículos nas pistas. Agora, isso será medido com mais rigor, uma vez que o porpoising se tornou um dos principais vilões e alvo prioritário de segurança”, afirma o professor Serralvo.
Entre
as primeiras exigências para redução de riscos de acidentes está o
aumento na rigidez do assoalho dos carros e peças ao redor dos furos de
medição de espessura. Iniciando a temporada de 2023, haverá aumento da
altura dos
carros em 15mm em relação ao solo, instalação de sensores de pista na
parte inferior do veículo e arredondamento e endurecimento do cabo Santo
Antônio, que atua como um halo de proteção acima da cabeça dos pilotos,
para que ele não afunde no
chão ou deforme.
Multipremiado, Fórmula FEI prepara futuros profissionais da F1
Tanto
o professor Rafael Serralvo Neto quanto o professor Fabio Delatore são
coordenadores do Fórmula FEI, projeto multipremiado da Instituição que
desenvolve veículos a combustão e elétricos para
competições da Society of Automotive Engineering (SAE).
Entre
os dias 9 e 14 de agosto, a equipe Fórmula FEI fez história ao
participar da 18ª Competição Fórmula SAE Brasil -- TotalEnergies,
organizada no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em
São Paulo. Nas classificações, o Fórmula FEI Elétrico, coordenado por
Delatore, foi bicampeão, repetindo o feito conquistado em 2015. E o
Fórmula FEI Combustão, coordenado por Serralvo, também ganhou destaque,
alcançando o 3º lugar geral na
competição da categoria.
“Assim como a Fórmula 1, o Fórmula FEI aposta na interdisciplinaridade para a promoção contínua de avanços na tecnologia automotiva que um dia serão adotadas por motoristas no dia a dia. Alunos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia Química e Administração, entre outras graduações, participam do projeto, preparando-se para o mercado de trabalho. Inclusive, temos ex-alunos que hoje atuam em equipes de corrida como engenheiros ou desenvolvem projetos para grandes montadoras”, aponta o professor Delatore.
Fonte: CDI Comunicação
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