sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Estagiárias do FIA Girls on Track Brasil pegam no pesado na Copa Truck em Cascavel

 

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Na última etapa da Copa Truck, disputada em Cascavel (PR), no fim de semana passado, as participantes do FIA Girls on Track Brasil Estágio em Motorsports entenderam na prática como funciona o mundo dos brutos, como se diz no meio do automobilismo em referência à categoria. Distribuídas em oito equipes, as garotas trabalharam duro. 

“Foi uma das mais animadas turmas de estagiárias que já tivemos”, diz Rachel Loh, engenheira da ASG Motorsport na Copa Truck, coordenadora dessa ação da CFA com o selo FIA Girls on Track Brasil, em que atua ao lado da publicitária Bruna Frazão e de Bia Figueiredo. “A receptividade das equipes foi muito legal. Incluíram totalmente as meninas, deram muitas oportunidades de experiência a elas. E tivemos um case de sucesso com uma estagiária autista, que enfrentou e superou suas limitações sensoriais e de interação social. Inclusive conheceu o Pedro Paulo Fernandes, um piloto autista que temos na Truck, trocaram muitas ideias. Nós nos pautamos sempre pela inclusão e isso foi muito gratificante.” 

Bia Figueiredo, presidente da CFA criada por Giovanni Guerra, presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), que corre na Copa Truck, acompanhou o estágio de perto. “Nosso objetivo é mostrar na prática como é o trabalho em automobilismo, para que as estagiárias tenham essa opção profissional. As meninas estavam muito felizes com a oportunidade. Várias saíram de Cascavel querendo trabalhar com corridas e algumas, que nem imaginavam essa possibilidade, passaram a avaliar essa ideia. Para nós é mais uma missão cumprida com o acolhimento da Copa Truck e das equipes que receberam nossas estagiárias, às quais muito agradecemos”, comenta a comandante do FIA Girls on Track no Brasil. 

O que dizem as dez estagiárias 

Anna Júlia Rodrigues Gouvea, estagiária da Kleber Eletric, 22 anos, de Londrina (PR), formada em análise e desenvolvimento de sistemas pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em que faz pós-graduação em sistemas embarcados da indústria automotiva, trabalha com desenvolvimento de softwares de simulação: “Foi maravilhoso. Minha meta é trabalhar na Fórmula 1 como engenheira de dados. Eu tinha pouca experiência na parte mecânica e aprendi muito, me deixaram botar bastante a mão na massa, me ensinaram muito, inclusive na parte de dados, em que eu já sabia alguma coisa. Vai me ajudar demais na construção da minha carreira. Tenho até a oportunidade de ir junto com a equipe na próxima prova, me convidaram”. 

Beatriz Soares da Silva, estagiária da ASG Motorsport, 19 anos, de Palhoça (SC), faz o segundo ano de design gráfico na Universidade do Sul de Santa Catarina e o primeiro ano de análise e desenvolvimento de sistemas na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná da UniFatecie: “Participei para ver como é esse mundo da engenharia e da mecânica. Comecei a gostar de automobilismo recentemente e, por conta do meu autismo, virou um interesse muito importante para mim. Eu espero no futuro poder trabalhar com isso. Achei que o barulho iria ser um problema bem grande, mas, com o passar dos dias, fui me acostumando, me soltei mais, conversei bastante com a Rachel e a Paula Mascari, a mecânica da ASG. Foi acolhedor, me senti incluída, à vontade, e aprendi bastante”. 

Ellen Caroline Derkascz, estagiária da PP Fernandes, 22 anos, de Ponta Grossa (PR), quinto período de engenharia mecânica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná: “Abraço todas as oportunidades que aparecem. Para engenharia, é um ápice estar aqui, fazer parte disso tudo, me ajudou a conhecer todas as etapas que uma competição de esporte a motor envolve, e me deu a certeza de que é com isso que quero trabalhar”. 

Flávia Campello Koch, estagiária da ASG Motorsport, 26 anos, de Curitiba, formada em engenharia mecânica na FAE Centro Universitário, trabalha na área de engenharia e peças de pós-venda de uma montadora: “Já tive oportunidade de trabalhar com automobilismo em uma antiga equipe da Stock Car, na Porsche Cup e na NASCAR Brasil Series, mas precisava expandir meu conhecimento tanto na área de aquisição de dados quanto de networking na categoria de caminhões. Minha meta é trabalhar no automobilismo. Foi uma experiência extremamente importante para minha carreira, trabalhei com engenheiros bem experientes da indústria e do motorsport".  

Ingrid do Rocio, estagiária da Tiger Team, 25 anos, de Curitiba, oitavo período de engenharia civil na Universidade Tecnológica Federal do Paraná: “Fiz o estágio para ter um primeiro contato com uma equipe profissional, além da equipe de Formula SAE de que participei na universidade. É uma porta de entrada para ter uma experiência, conseguir outras experiências a partir dessa, e ter certeza se quero seguir carreira no automobilismo. Foi muito bacana acompanhar a Tiger, desde a quinta-feira, quando chegaram para descarregar as carretas e montar o box. Pude ver como é toda a logística, as tomadas de decisão, como fazem atividades em consequência dos resultados alcançados nos treinos livres e na classificação. Estou pensando sobre a ideia de seguir em automobilismo nas áreas de engenharia de dados e comissão técnica”. 

Laura Domingues, estagiária da R9 Competições, 21 anos, de São Caetano do Sul (SP), quarto ano de engenharia de instrumentação, automação e robótica na Universidade Federal do ABC, trabalha em uma montadora de ônibus e caminhões: “Queria ter conhecimento prático sob pressão do que é uma corrida. Vai me ajudar na minha carreira. Experiência bem diferente de todas que já tive. Talvez automobilismo seja a área em que eu queira seguir”. 

Maria Carolina Giglio, estagiária da AJ5 Eco Sports D+ Motorsports, 21 anos, do Rio de Janeiro, terceiro ano de engenharia de produção na Universidade Federal Fluminense: “Esse estágio vai me ajudar bastante. Tenho muito interesse na área de automobilismo, mas nunca tive oportunidade de participar, ver como as coisas são em um fim de semana de competição, pôr a mão na massa. Tenho planos e vontade de trabalhar com automobilismo. Amo acompanhar. E não tem coisa melhor do que poder trabalhar com o que você ama”. 

Milena Soriano de Santo, estagiária da AJ5 Eco Sports D+ Motorsports, 24 anos, de Londrina (PR), quinto ano de engenharia mecânica na Universidade Estadual de Maringá: “É muito importante esse FIA Girls on Track Brasil Estágio em Motorsports, porque é uma área de que pouco se fala no curso de mecânica, a gente não vê quase nada de carro e caminhão. E é uma área em que a gente pode seguir, mas, como tem pouco acesso, não sabe que é uma possibilidade, principalmente no mundo das corridas. Nunca tinha pensado em trabalhar com isso, mas agora estou considerando essa ideia”. 

Paula Gongora, estagiária da Iveco Usual Racing, 22 anos, de Londrina (PR), quarto período de engenharia mecânica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, estagia na área de energia solar: “Esse estágio sempre foi um sonho para mim. É o primeiro passo que consegui dar. A experiência foi incrível. Saí vendo a realidade do que já gostava, gostando mais, e espero que tenha sido só o primeiro passo. Tenho muita vontade de trabalhar com corridas de carro, estou aberta a tudo o que aparecer. Amo desafios e é disso que a gente sobrevive no automobilismo”. 

Raira Stephanie de Lima Topa, estagiária da Boessio Competições, 24 anos, de Curitiba, quinto ano de engenharia mecânica na Universidade Federal do Paraná, trabalha no setor de engenharia de uma indústria de autopeças: “Trabalho na área de diesel, de caminhão, esse estágio encaixou perfeitamente para complementar o que já aprendo na prática no meu trabalho. Foi uma experiência incrível conhecer pessoas, os boxes, muito importante para o meu desenvolvimento. Como trabalho mexendo com componentes de sistema diesel, então fica uma porta aberta para que eu possa um dia atuar na área”.

*Colaboração de Gabrielle Tiepolo e Ana Gabriela Hagemann Villodre na reportagem

EC PRESS

 

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